Acabo de me tornar instrutora certificada GentleBirth, um programa de preparação para o parto que reúne técnicas de mindfulness, hipnose e psicologia do esporte para proporcionar às mulheres uma experiência positiva de gestação, parto e pós-parto.
Apoiado na neurociência e na obstetrícia baseada em evidências científicas, o GentleBirth ajuda na criação da resiliência emocional nas gestantes, dando confiança para lidar com os desafios que vão aparecer durante o processo. Também pode ajudar a:
– dormir melhor
– reduzir o estresse
– aumentar suas chances de uma experiência positiva de parto e maternidade
– aprender a controlar o que for controlável.
Um dos grandes aprendizados que passamos às gestantes e seus acompanhantes é que a nossa mente pode simular experiências, então é muito importante criar imagens mentais daquilo que se deseja atingir, e praticar isso. Visualizar e ensaiar o tipo de parto que se deseja, por exemplo, é parte importante na criação da autoconfiança e na capacidade de lidar com situações desafiadoras.
Entre as ferramentas usadas no método GentleBirth, quero destacar uma: mindfulness.
Mindfulness é o estado de atenção plena, é prestar atenção à experiência do presente e estar totalmente engajado no que está fazendo, sem julgamentos. Quando estamos presentes, temos consciência de nós mesmos, dos outros, do ambiente, da realidade. Essa consciência surge ao prestarmos atenção, intencionalmente, ao momento presente, sem julgar o que está acontecendo – e essa é a parte mais difícil, porque temos ideias e opiniões sobre tudo.
E como isso pode ajudar na gestação, parto e pós-parto?
A prática de mindfulness traz mudanças no cérebro, no sistema imune e na nossa relação com as emoções. Você aprende que muitas vezes só o que você pode mudar é a forma como reage ao que está acontecendo: controle o que for controlável. Mindfulness ajuda os casais a se sentirem mais confiantes e tranquilos, mesmo que o parto e a amamentação tomem rumos diferentes do que foi imaginado. Pode fazer muita diferença ao reduzir o estresse, melhorar as habilidades de regulagem emocional e resiliência, melhorar o sono e a saúde, incentivar o autocuidado saudável e reduzir a dor (em várias esferas, não só no parto).
Aprender a usar nosso cérebro para manter o foco e a viver o momento presente, sem julgamentos, auxilia, por exemplo, a passar pelas ondas do parto (contrações) de uma forma positiva.
Uma boa forma de começar é com o corpo e a respiração. O aplicativo do GentleBirth traz vários áudios para guiar as mulheres e seus acompanhantes nesta prática. Essa palavra, na minha opinião, é a grande chave para o sucesso: somente com a prática vamos chegar aos resultados desejados, pois é preciso treinar para conseguir redefinir padrões cognitivos, comportamentais e emocionais.